Após uma longa espera, ontem foi o dia do teatro.
Estacionei o carro na Rua de Santo Ildefonso.
Chegado ao Coliseu, a azafama já era muita, pessoas, arrumadores, pedintes, polícias é que não.
Já dentro do Coliseu, um primeiro olhar para o palco onde vai decorrer a acção.
As luzes do tecto fazem lembrar um ovni
O Coliseu estava a encher
Passavam 3 minutos depois da hora marcada, a Plateia e as Tribunas estavam praticamente cheias, já a Geral tinha muitos lugares de vago.
Então, começa ou não o teatro?!
No bilhete estava escrito que começava a horas
Finalmente começou.
Como estava com muita atenção, só tirei uma fotografia.
À saída, a confusão habitual.
Depois da reportagem fotográfica, passemos à crítica.
Adaptar os sketckes dos Monty Python é algo muito arriscado.
Neste caso, quem fez a adaptação foi o Nuno Markl, que é um reputado cómico português e fã dos Monty Python.
Para já, tem que se decidir quais são os melhores sketckes. Cada um tem os seus preferidos, mas parece-me que a escolha foi acertada, pois a peça tem os clássicos, os mais famosos e os mais importantes sketckes dos Monty Python.
Resolvida esta questão, coloca-se outra, bastante complicada, será que o humor dos Monty Python é traduzível?
Sim e não. Sim, porque tudo é traduzível, não, porque muito do humor deles não se pode traduzir literalmente e ao fazer a tradução/adaptação para português, corre-se o risco de se perder a piada, ou sentido do sketck.
O Nuno Markl deve ter perdido muitos dias e queimado muitos neurónios a tentar arranjar o compromisso entre o texto original e a tradução/adaptação para português, mas acho que de uma forma genérica, conseguiu. Não gostei foi do sketch do Lumberjack, que foi traduzido para trolha.
Os cenários estavam bem conseguidos, atento o facto de estarmos no teatro. Cenários simples, mas que se enquadravam perfeitamente no sketch e as mudanças eram feitas rapidamente, sendo muitas vezes aproveitados no sketck seguinte.
Também houveram as famosas animações, muito inteligentemente adaptadas e outras inventadas. Houve o famigerado carrinho de passeio de bebé comedor de pessoas. Nas animações utilizaram as cabeças dos actores. Foram animações mesmo à Monty Python.
As interpretações dos cinco pythons portugueses (António Feio, José Pedro Gomes, Miguel Guilherme, Bruno Nogueira e Jorge Mourato) não fizeram esquecer os originais, mas podem-se considerar que foram boas. Um momento que as pessoas gostam, é quando o actor fala continuadamente, quase sem respirar, e isso nos Python acontecia muito. Neste caso, foi ao Miguel Guilherme quem coube esse papel, as pessoas aplaudiram muito quando ele chegou ao fim da fala, mas na minha opinião, esteve muito longe da performance dos Python.
Em resumo, foi um espectáculo bom, bem conseguido que fez recordar alguns dos muitos e bons sketches dos Monty Python.
Para quem não conhecesse nada dos Monty Python e não soubesse quem eram, nem tivesse ouvido falar deles, certamente que ficaria maravilhado com um tipo de humor completamente diferente e inovador.
Mas atenção:
MONTY PYTHON SÓ HÁ UM, OS ORIGINAIS E MAIS NENHUM.
Uma coisa que reparei nas pessoas que estavam na sala, é a idade. Nada de adolescentes, ou afins. Trintões, quarentões e acima eram os que lá estavam. Compreende-se, afinal, apesar do humor dos Monty Python ser eterno, os episódios na BBC passaram entre 1969 e 1974, e na RTP, nos anos 80.