quinta-feira, 30 de agosto de 2007

XFM



Há muito muito tempo, era eu uma criança...
Desculpem, quando dei por mim estava a transcrever a letra de uma música do José Cid. Não é vergonha nenhuma, pois há músicas do José Cid, do tempo da minha infância, que gosto.

Mas passemos ao que levou a colocar este post.
Como podem ver pelo logotipo, este é um post sobre a malograda XFM.

Muitos ficarão a pensar, mas que raio é isso? Uma consola, um novo modelo de sapatilhas da Nike ou da Adidas, ou um telemóvel de última geração?
Eu respondo. Neste momento, não é nada, é só uma memória minha e um lamento.

Mas já foi, para mim, a melhor rádio que alguma vez existiu.
No Porto sintonizava-se nos 105.8 Mhz.

Era sem dúvida uma rádio diferente, muito diferente, como se comprovava pelo seu lema: "Para uma imensa minoria". E foi essa própria imensa minoria que a conduziu ao silêncio. Contrasenso?! Não, é fácil de explicar. A X (como também era conhecida) diferenciava-se de todas as outras rádios pelo seu conteúdo e forma de estar. Não havia notícias, nem música comercial - a música que passava na X, quase obrigatoriamente, não passava nas outras rádios - pouca publicidade, excelsos locutores, veja-se o exemplo do Mestre António Sérgio com o seu programa Grande Delta. O genérico do Grande Delta, era simplesmente fenomenal. Lembro-me de um programa que era só composto por bandas sonoras de filmes.
Foram dias, semanas, meses de grandes descobertas e também de redescobertas de músicas que conhecia, mas que desconhecia o restante relacionado com essas músicas. Quantas vezes ouvia uma música e pensava "eu conheço isto", e quando o locutor dizia qual era o grupo eu dizia para mim "então esta música é destes rapazes". Quantas vezes ouvi Bahaus, New Order, Lou Reed Sex Pistols, Clash e tantos outros para ficar a saber que aquela música que conhecia era deles.
Infelizmente a tal imensa minoria, não foi suficiente para que o projecto continua-se e, a 31 de Julho de 1997 o silencio invadiu a XFM.

Passados 10 anos de silêncio, só posso lamentar que o silêncio seja eterno.

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