Era uma vez um senhor que era pintor.
Todos os dias saía de casa bem cedo com um balde de tinta. A tinta era em tons amarelo-laranja.
Já não se lembrava há quantos dias fazia aquele percurso até à árvore das lâmpadas que estava a pintar.
As pessoas passavam por ele e punham-se a olhar com tristeza, coitado, diziam uns. Outros, mais descorteses, chamavam-lhe doido, maluco ou outros nomes. Ele fazia de conta que estava sozinho com o seu pincel a pintar as lâmpadas e ignorava tudo o demais à sua volta.
Até que um dia, parou de pintar e afastou-se alguns passos da árvore. Pôs-se a admirar o seu trabalho e sentiu-se feliz com o que via. Estava há já alguns minutos imóvel, só mexendo os olhos para ver todos os pormenores da sua árvore, quando uma menina toca-lhe na manga da sua camisa.
- Senhor, falta pintar aquela lâmpada lá em cima.
O pintor ao ouvir aquela diferente e meiga voz, olhou para a menina e disse-lhe:
- Sabes, aquela lâmpada era a última que ia pintar, mas acho que deve ficar assim. Serve para ilustrar que cada um de nós tem algo de diferente dos outros.
A criança ouviu a explicação, sem ter percebido totalmente o porquê - talvez daqui a alguns anos entenda as palavras ditas.
Educada como era, disse bom dia ao senhor pintor e foi ter com o pai que estava a tirar uma fotografia ao reflexo da árvore no lago que ali havia. Contou ao pai e este pôs-se a olhar para aquela lâmpada não pintada.
Pensou o pai, então essa é que era a última lâmpada que o pintor não quis pintar, ora aqui está um motivo para tirar uma fotografia.
Gosto sempre mais da luz amarela do que da branca, dá um ar mais quente ao ambiente e, neste caso (julgo eu), mais natalício :)
ResponderEliminarLi com muita atenção esta "couve" e fiquei de alguma forma alarmado: Que tipo de pai é este, que está entretido a fotografar e deixa a filha sair da sua beira para ir falar com um estranho?
ResponderEliminar:-P
Está um efeito excelente. Uma explosão de luz. Quem sabe, um retrato do logo após big-bang.